[sábado, maio 13, 2006] ConvençãoEsta semana passei um tempão conversando via gtalk com um amigo de longa data, com quem não batia bapo há um bom tempo. Entre outras coisas, a gente entrou no túnel do tempo e falamos do casamento de uma amiga em comum (no meu caso, ex-amiga), porque ela não me chamou pro seu próprio casamento. [Eu lembro que fiquei magoadíssima na época que ela casou-se, porque eu meio que era amiga dela e do namorado dela, porque andávamos na mesma turminha. Quando eles ainda ficavam, eu botei pilha pra eles começarem a namorar e cedi muito meu ombro pra ela chorar quando eles brigavam por algum motivo. Ajudei o meu amigo a planejar uma serenata que ele queria fazer pra ela no seu aniversário; a arranjar uma empresa que mandasse flores para ela daqui do Brasil para os EUA, quando ela estava lá; ou seja, eu me considerava uma amigaça de ambos, até que ela se afastou de mim quando meus pais me separaram (por preconceito ou porque eu estava de fato muito chata na época, vai saber) e a gente perdeu um pouco o contato. Mas não chegamos a perder o contato de vez, por isso estranhei quando a galerinha toda recebeu o convite e eu não.] But anyway, voltando ao assunto do post, estava conversando com este amigo, que fazia parte da galerinha que foi ao casamento, e assim foi nosso parte do nosso diálogo: Ele: Nossa, até hoje tenho medo de ver o álbum de fotos do casamento, porque na época eu tava pegando um baranga e chamei ela pra ir comigo pro casamento! Eu: Ué, por que você a levou então? Ele: Ah, pra não ir sozinho... Eu: owww, vc devia ter ME chamado! Você sabe que eu simplesmente amo e fico super feliz quando sou chamada pra ir a casamentos/festas de 15 anos/qq festa que tenha comes e bebes de graça! Eu ia ficar feliz em poder ir, pq além de ser um casamento e ter comidinhas e bebidinhas, era o casamento de uma amiga (ou ex-amiga, problema dela não ter me chamado!) e vc tb ia ficar feliz porque ia ter uma boa companhia durante a noite e não ia ter medo de olhar as fotos depois! Ele: Hehehe, vc tem razão, devia ter te chamado, Isa... Eu: E tem mais, se você não tivesse pegando ninguém, nem a baranga, qual seria o problema em ir sozinho? Ele: sei lá, na época eu era imaturo demais pra isso... cara, como a gente é moleque quando é mais novo, né? Eu: é... o problema é que tem gente que cresce e continua com essa mentalidade infantil... Taí o ponto da questão: qual o problema das pessoas sairem sozinhas? A gente já vive numa sociedade atrasada, onde é "feio" sair com os amigos e não levar o namorado(a) junto. E agora ainda tem a preocupação de quem está solteiro ter que arrumar alguém, qq baranga/estragado que seja, só para não aparecer sozinho em certos eventos? Ninguém merece viver numa sociedade assim, onde você tem que fazer pose de que tem uma vida sentimental perfeita, como se isso fosse medido pela presença obrigatória de algum acompanhante na vida social. Confesso que antes de morar fora eu era assim também, um fruto perfeito da sociedade brasileira totalmente atrasada: não saía se o namorado não fosse junto (o que me custou muitas amizades), tinha que namorar qq um só pra não ser vista como a solteira (o que nunca me deixou feliz) e pro povo não olhar pra mim com cara de quem tá vendo um ET quando estava sozinha, e deixava que a família me enchesse o saco com perguntinhas "ai, cadê, não vai arrumar um namorado não? Já tem três meses que vc terminou com o fulaninho!". E achava que tinha que estar com alguém para ser tida como normal. Quem inventou este tipo de mentalidade e impôs na sociedade brasileira como algo normal deve ter sido uma pessoa extremamente problemática. Porque é impossível ser feliz assim. Quando cheguei na Noruega vi que namoro lá é prazer, e não obrigação. Primeiro mundo são outros quinhentos. Que os noruegueses namoram sem dar satisfação pra família, pra não deixar que família e namoro se misturem, que todo mundo sai direto sem namorados (o que explica o fato de todos continuarem amigos dos coleguinhas do jardim de infância o resto da vida). Ano passado algumas amigas minhas viajaram juntas pra Praga, um grupo de 7 mulheres, só pra se divertir. Detalhe: 5 delas eram comprometidas, algumas moravam com o namorado e uma tinha inclusive filho. Mas como lá o povo sabe usar a cabeça pra pensar, entendem muito bem que viajar sem namorado pra curtir não significa viajar pra sair chifrando. Significa ter vida própria, e o mais importante, saber ser feliz sozinho. Lá aprendi que namorar é querer estar junto da pessoa, e não necessariamente ter que ver a pessoa nos dias ímpares ou pares, ter que sair junto porque é sabado à noite, ter que falar todo dia por telefone e grudar que nem gêmeos siameses, por mera convenção. E uma convenção muito burra, por sinal. Quer sair sempre junto com o namorado? Saia, mas não por medo "do que os outros vão pensar se me virem sozinho", mas porque realmente gosta da companhia da pessoa. Mas saiba também que, se essa atitude virar rotineira e obrigatória, pode fazer com que vc perca sua vida própria, e com a perda da individualidade você também perderá vários amigos e, em caso extremo, será incapaz de se relacionar em sociedade e ser feliz com você mesmo. Além do mais, quando se vive um namoro grude e um belo dia este namoro acaba, vai ser como se lhe tirassem o chão, porque olhará pro lado e pluft: Seus amigos terão sumido! Ninguém pode ser responsável pela felicidade alheia e/ou atrelar a sua própria felicidade a outra pessoa. É um fardo muito pesado de se carregar, o de ter que chamar a pessoa sempre pra todo lugar pra ela não ficar triste. Quando for chamar, o motivo correto é porque se quer a companhia da pessoa, porque deixa você mesmo feliz, e não porque vai deixar o outro contente. Jogar sua felicidade nas mãos de outra pessoa (tipo: "ai, se ele/ela não for eu tb não vou") é frustação na certa, além de ser injusto jogar tamanha responsabilidade pra cima de qualquer pessoa que não seja você mesmo. Hoje, depois de muito aprendizado, acho errado falar que amor é quando vc encontra "a outra metade da laranja". Porque isso pressupõe que vocês virarão um só, o que nunca funciona (conforme experiência ruim vivida pela pessoinha que vos escreve). Cada um tem que ter sua própria vida, tem que sair com os amigos sem ter que aturar os sem-noção que perguntam "ué, o seu namorado não veio?" e tem que ser feliz sozinho, em primeiro lugar. Daí, os dois felizes, ao invés de juntarem as duas metades da laranja, as deixam separadinhas, cada uma com sua individualidade, e saem juntos para tomar uma laranjada. Muito melhor assim. ps: a laranjada tem que ser tomada no Giga, pra dar um ar global! hehehe ps2: leia mais sobre o assunto deste post aqui. _______________________________________________________ Girls' night Ontem rolou saídas das mulheres, pro Da República e Libanus. Conversamos e rimos muito, foi suuuuper! Tá certo que depois de uma semana de planejamento com a galera só conseguimos ir eu, a Paula e a Ludy (u-huuuu, representantes máximas do girl power!). Na próxima vez a mobilização vai ser maior pra ver se conseguimos juntar mais mulheres. Coloquei algumas fotos no meu MSN spaces, na pasta "Girls' night" e estou aguardando as fotos sem nexo que a Ludy tirou (como foto dos copos e do quibe romântico de coração...!!!) pra completar o álbum. E agora com uma novidade: aprendi a colocar legenda nas fotos! :) ps: reparem que este mini-post veio bem a calhar com o post logo acima. Mas juro que foi mera coincidência , porque o post supramencionado já estava escrito há alguns dias. por Bella * 12:53 PM ___________________ |